sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Momento de poesia
Abraça-me … Forte!!
Beija-me … Muito!!
Fala-me… Ao ouvido !!
Baixinho…
(Como se o mundo fosse acabar)
Preciso de ti! Hoje!
Amanhã… Para sempre!
Diz que não vais…
Embora…
Fica!
Vamos viver de novo…!
Todos aqueles momentos…
Que não prestámos atenção
Porque nos distraímos… ou
Porque….
Porque achámos
Que não eram,
Importantes….
(Mas tudo é importante)
E esquecemo-nos…
De mim… De ti…
De nós…
Vamos voltar…
E fazer de novo…
Tudo o que já fizemos…
E o que nos esquecemos
Vamos …
Começar do nada.
Começar de novo…
Mas…!!!
Abraça-me!
Forte…
Como se fosse…
O PRIMEIRO DIA
Cecília Silva
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
FERNANDO PESSOA E O NATAL
Natividade
Josefa de Óbidos, 1630 - 1684
c. 1650-60, óleo sobre cobre
21 x 16 cm
Colecção particular
Porto, Portugal
Josefa de Óbidos, 1630 - 1684
c. 1650-60, óleo sobre cobre
21 x 16 cm
Colecção particular
Porto, Portugal
Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
[Dezembro de 1922]
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
Natal. Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só, e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei
30-12-1928
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
In Poesia 1918-1930 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Boas Férias e Boas Festas
Último Natal
Menino Jesus, que nascesQuando eu morro,
E trazes a paz
Que não levo,
O poema que te devo
Desde que te aninhei
No entendimento,
E nunca te paguei
A contento
Da devoção,
Mal entoado,
Aqui te fica mais uma vez
Aos pés,
Como um tição
Apagado,
Sem calor que os aqueça.
Com ele me desobrigo e desengano:
És divino, e eu sou humano,
Não há poesia em mim que te mereça.
Miguel Torga, Diário XVI
Alonso Mudarra - Fantasia No.10
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Um momento de poesia
Entrei!
Vi e olhei e percebi
A dança das palavras, por entre as folhas
Tal qual uma valsa, escrita especialmente
Para aquele momento!
Chamei-lhes livros…
Os meus livros!
Livros de poesia, romances e histórias…
E o mundo parou! Para mim…
Ali!
Naquele momento, naquela sala!
Abri livros e mais livros,
Folheei páginas e mais páginas.
E aquele cheiro a letras e a nada
Mas com sabor a tudo
Entrou-me nas veias e fez-me gostar ainda mais
Senti cada palavra, cada página como se fosse única
Sentir os livros e bebê-los de um só trago,
Bebê-los página a página, como se fossem os últimos
Sentir tudo, querer saber mais… E depois
Depois tentar escrever eu também
Versos e mais versos e baralhá-los
E chamar-lhe poema.
Queria também eu dizer tanto com tão pouco.
E fiquei!!!
E desejei ali mesmo naquela sala, que o tempo parasse
Para me poder perder e emaranhar-me nas folhas,
Nas palavras e poder descobrir outros caminhos
Outro pensar…
E Fiquei
Envolta pelas palavras, pelas histórias, nos poemas
Pela vida….
Triste de quem nunca leu um livro
Triste de quem nunca o viveu
Nem o compreendeu!!!
Cecília Silva
Do filme Dr. Jivago
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Visita de Estudo à Casa Fernando Pessoa
Sábado, dia 27 de Novembro de 2010
Tal como um presente de Natal, assim foi a visita de estudo à Casa Fernando Pessoa. Não existem palavras para descrever a satisfação que sentimos, quando nos disseram que íamos ter um guia para nos acompanhar! Juntamente com a professora Rosário este guia desempenhou um papel magnífico, explicando-nos detalhadamente a vida e a obra do nosso poeta maior.
Foi pena termos ido apenas três alunos, pois foram abordados aspectos muitos importantes.
Em suma, esta foi mais do que uma visita de estudo, foi o ponto mais alto, até agora, deste ano lectivo.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Álvaro de Campos, o heterónimo mais próximo de Pessoa
Como teve oportunidade de verificar pelos poemas analisados nas aulas, Campos é, sem dúvida, o heterónimo mais complexo e também aquele que se encontra mais próximo do ortónimo. Como síntese, sugiro-lhe a leitura do seguinte documento:
http://moodle.eshn.net/file.php/1218/s_campos.pdf
Para ler outros poemas e alargar os seus conhecimentos sobre o mundo pessoano, consulte:
http://multipessoa.net/
http://mundopessoa.blogs.sapo.pt/
Claude Debussy (1862-1918): "Au clair de lune"
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