Para compreender a "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos, importa conhecer o Futurismo.
Movimento de revolução estética desencadeado pela publicação, por Marinetti, do manifesto "Fundação e Manifesto do Futurismo", na primeira página do jornal Le Figaro , a 20 de Fevereiro de 1909, seguido de uma série de outros manifestos que irão nos anos seguintes fazer alastrar por toda a Europa os processos e técnicas artísticas futuristas. Através de uma linguagem que choca pela sua agressividade e pelo seu carácter iconoclasta, o tom violento, interpelativo e provocatório dos manifestos futuristas funda-se num ultimato lançado com raiva a um passado que vigora ainda no presente nas formas estéticas, ideias, crenças e atitudes dominantes, por vezes simbolizadas numa figura pública que urge abater espiritualmente (cf., por exemplo, o Manifesto Anti-Dantas de Almada Negreiros), em nome de um futuro cujos traços definidores se concentram no dinamismo, na exaltação da técnica, na simultaneidade de espaços, de tempos e de sensações, na fusão de expressões artísticas, na dessacralização das poéticas convencionais. Ao mesmo tempo, a poética futurista postula a necessidade de a linguagem literária dever contribuir também para a demolição de hábitos culturais estereotipados e retrógrados. Os poemas futuristas são facilmente identificáveis por uma série de recursos destinados a abalar o leitor: profusão de exclamações, de apelos, de neologismos criados pela associação inédita de palavras, pelo emprego de termos insultuosos, pela autonomia concedida ao significante linguístico, numa exploração dos efeitos visuais e fónicos das palavras, pela introdução de grafismos no poema, pela ruptura com a lógica sintáctica tradicional: longas enumerações de frases nominais, uso do verbo no infinitivo, uso aleatório da pontuação e de maiúsculas.
A introdução do futurismo em Portugal é devida à assimilação dos seus princípios por Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso, residentes em Paris. Os principais textos portugueses de índole próxima do futurismo ("A Cena do Ódio" (1915), de Almada Negreiros, "Manucure" e "Apoteose" (ambos de 1915), de Mário de Sá-Carneiro, e a "Ode Triunfal" (1914) de Álvaro de Campos) estão associados ao escândalo criado em torno da publicação da revista Orpheu , em 1915, embora, na verdade, a revista fundada por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro concilie ainda elementos tradicionais com caracteres de vanguarda, ao mesmo tempo que se assume como síntese de todos os movimentos literários do Modernismo, que abarcaria, além do futurismo, o paulismo, o interseccionismo, o simultaneísmo, o simbolismo, o decadentismo ou o sensacionismo. Com efeito, a teorização do sensacionismo nos escritos de Fernando Pessoa confere ao movimento sensacionista contornos mais vastos que os que definem o Futurismo, reconhecendo neste movimento de vanguarda apenas uma influência, já que o sensacionismo derivaria de três movimentos: do simbolismo francês, do panteísmo transcendentalista português e "da baralhada de coisas sem sentido e contraditórias de que o futurismo, o cubismo e outros quejandos são expressões ocasionais, embora, para sermos exactos, descendamos mais do seu espírito do que da sua letra" (PESSOA, Fernando - Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação , Lisboa, Ática, pp. 134-138). Só em 1917 é que o futurismo português conhecerá uma efémera apoteose com a 1.a Conferência Futurista de 14 de Maio de 1917, onde Almada lê o seu "Manifesto Futurista às gerações portuguesas do século XX", com a formação, por Almada e Santa-Rita, do Comité futurista de Lisboa e com a edição, em Novembro, da revista Portugal Futurista , apreendida após o lançamento do seu número inaugural.
A introdução do futurismo em Portugal é devida à assimilação dos seus princípios por Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso, residentes em Paris. Os principais textos portugueses de índole próxima do futurismo ("A Cena do Ódio" (1915), de Almada Negreiros, "Manucure" e "Apoteose" (ambos de 1915), de Mário de Sá-Carneiro, e a "Ode Triunfal" (1914) de Álvaro de Campos) estão associados ao escândalo criado em torno da publicação da revista Orpheu , em 1915, embora, na verdade, a revista fundada por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro concilie ainda elementos tradicionais com caracteres de vanguarda, ao mesmo tempo que se assume como síntese de todos os movimentos literários do Modernismo, que abarcaria, além do futurismo, o paulismo, o interseccionismo, o simultaneísmo, o simbolismo, o decadentismo ou o sensacionismo. Com efeito, a teorização do sensacionismo nos escritos de Fernando Pessoa confere ao movimento sensacionista contornos mais vastos que os que definem o Futurismo, reconhecendo neste movimento de vanguarda apenas uma influência, já que o sensacionismo derivaria de três movimentos: do simbolismo francês, do panteísmo transcendentalista português e "da baralhada de coisas sem sentido e contraditórias de que o futurismo, o cubismo e outros quejandos são expressões ocasionais, embora, para sermos exactos, descendamos mais do seu espírito do que da sua letra" (PESSOA, Fernando - Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação , Lisboa, Ática, pp. 134-138). Só em 1917 é que o futurismo português conhecerá uma efémera apoteose com a 1.a Conferência Futurista de 14 de Maio de 1917, onde Almada lê o seu "Manifesto Futurista às gerações portuguesas do século XX", com a formação, por Almada e Santa-Rita, do Comité futurista de Lisboa e com a edição, em Novembro, da revista Portugal Futurista , apreendida após o lançamento do seu número inaugural.
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$futurismo>.
Se quiser conhecer o Manifesto de Marinetti, pode aceder a:
http://entrelinhas.livejournal.com/53219.html
A Arte Futurista:
Umberto Boccioni (1882-1916)
No Manifesto Técnico da Pintura Futurista (11 de abril de 1910), Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini, defendem que “o gesto, (...) não será mais um momento detido do dinamismo universal: será, decididamente, a sensação dinâmica eternizada como tal. Tudo se move, tudo corre, tudo se desenrola rápido. (…) Pela persistência da imagem na retina, as coisas em movimento multiplicam-se, deformam-se, sucedendo-se como vibrações no espaço que percorrem. Assim, um cavalo correndo não tem quatro patas: tem vinte e os seus movimentos são triangulares”.
Giacomo Balla (1871-1958)- Velocidade de carro
Para terminar, faço-lhe um convite para ver:
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