sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


"Fantasia" - Anônimo Séc. XVI (Duo de Violas da Gamba)


Para rever, aprofundar, alargar e sistematizar os seus conhecimentos sobre Os Lusíadas:

http://www.slideshare.net/sebentadigital/os-lusadas-reflexes-do-poeta 
http://ventosdouniverso.blogspot.com/2010/11/os-lusiadas-significado-da-epopeia-2.html 
http://cvc.instituto-camoes.pt/jogoemlinha/conhecimentos/lusiadas.html 
http://www.lithis.net/9  

Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho

  In http://www.tabacaria.com.pt/lusiadas/final.htm


145
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Düa austera, apagada e vil tristeza.
Canto X http://www.oslusiadas.com/content/view/27/50/

Como interpreta o final  do Canto X?

"Assi foram cortando o mar sereno",

A chegada à Pátria:

144
Assi foram cortando o mar sereno,
Com vento sempre manso e nunca irado,
Até que houveram vista do terreno
Em que naceram, sempre desejado.
Entraram pela foz do Tejo ameno,
E à sua pátria e Rei temido e amado
O prémio e glória dão por que mandou,
E com títulos novos se ilustrou.
Canto X,
http://www.oslusiadas.com/content/view/27/50/

O PRÉMIO

 No regresso a Portugal ( Canto IX), os nautas deparam, no meio do Oceano, com uma ilha preparada amorosamente por Vénus e Cupido:
 
A Ilha dos Amores

O mito da Ilha dos Amores é contado por Luís de Camões, nos Cantos IX e X d'Os Lusíadas. Nestes cantos, é relatada a vontade da deusa Vénus em premiar os heróis lusitanos, com um merecido descanso e com prazeres divinos, numa ilha paradisíaca, no meio do oceano, a Ilha dos Amores. Nessa ilha maravilhosa, os marinheiros portugueses podiam encontrar todas as delícias da Natureza e as sedutoras Nereidas, divindades das águas, irmãs de Tétis, com quem se podiam alegrar em jogos amorosos. Durante um banquete oferecido aos Portugueses, a ninfa Sirena canta as profecias sobre a gente lusa que incluem as suas glórias futuras no Oriente. Em seguida, Tétis, a principal das ninfas, conduz Vasco da Gama ao topo de um monte "alto e divino" e mostra-lhe, de acordo com a cosmografia geocêntrica de Ptolomeu, a "máquina do mundo", uma fábrica de cristal e ouro puro, à qual apenas os deuses tinham acesso, e que se tornou também num privilégio para os Portugueses. Tétis faz a descrição da máquina do mundo e prediz feitos valorosos, prémios e fama ao povo português. Depois do descanso merecido, os Portugueses partem da ilha e regressam a Lisboa.
O mito da Ilha dos Amores, narrado por Camões, é fruto da sua imaginação, quer povoada dos lugares maravilhosos onde as suas viagens o levaram, quer influenciada pelas míticas ilhas da literatura grega ou de outras lendas árabes e indianas. A moral pagã opõe-se aqui à moral cristã, da mesma forma que os novos ventos da mudança do renascimento de inspiração grega se opõem às limitações e ao pensamento medíocre da Inquisição.
Neste episódio simbólico da Ilha do Amores, Camões tenta imortalizar os heróis lusitanos que tão grandes façanhas fizeram em nome de Portugal.

A Ilha dos Amores. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-02-11].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$a-ilha-dos-amores>.


Concorda integralmente com este texto? 
Camões pretenderia mesmo opor a moral cristâ e a moral pagã? 
Este episódio não servirá também para desmistificar o recurso à mitologia pagã, apresentada aqui como simples ficção, útil para “fazer versos deleitosos” ? 
O Episódio não terá como objectivo a divinização do povo português que  deste modo adquire  a imortalidade,  prémio a que  aspira todo o ser humano?
Poderemos afirmar que é o amor que conduz os portugueses à imortalidade ?
Que amor?
Seria o amor físico ou material, ou o amor desinteressado, o amor da pátria, o amor ao dever, o empenhamento total nas tarefas colectivas, a capacidade de suportar todas as dificuldades, todos os sacrifícios e a capacidade para ultrapassar todos os obstáculos?...
É esse amor que manifestam Gama e os seus marinheiros ... É esse amor que permite a tantos heróis  libertarem-se da “lei da morte”. 

O QUE REPRESENTA PARA SI A ILHA DOS AMORES? 

 

De Melinde a Calecut


Depois de terminar a narração da História de Portugal ao Rei de Melinde, Vasco da Gama e os seus marinheiros partem, no Canto VI, para a última etapa da Viagem! 

Apesar do apoio de um piloto melindano que os guia, os obstáculos ainda não terminaram. Uma tempestade terível, desencadeada por instigações de Baco,  no Concílio dos Deuses Marinhos, põe em perigo a armada. No entanto, Vénus, sempre atenta e disponível para ajudar os portugueses, manda as Ninfas amorosas abrandarem as iras dos ventos  ... Ao mesmo tempo, Gama reza fervorosamente à Divina Guarda...


E na estrofe 92 é a chegada ao destino tão desejado:


92
Já a manhã clara dava nos outeiros
Por onde o Ganges murmurando soa,
Quando da celsa gávea os marinheiros
Enxergaram terra alta pela proa.
Já fora de tormenta, e dos primeiros
Mares, o temor vão do peito voa.
Disse alegre o piloto Melindano:
"Terra é de Calecu, se não me engano.

93
"Esta é por certo a terra que buscais
Da verdadeira Índia, que aparece;
E se do mundo mais não desejais,
Vosso trabalho longo aqui fenece."
Sofrer aqui não pode o Gama mais,
De ledo em ver que a terra se conhece:
Os geolhos no chão, as mãos ao céu,
A mercê grande a Deus agradeceu.

http://www.oslusiadas.com/content/view/23/46/

O GIGANTE ADAMASTOR


Inspirado em Homero e Ovídio, o Gigante Adamastor é um dos mais belos episódios de natureza simbólica, mitológica e lírica. Engloba vinte e quatro estrofes do Canto V (37 - 60).

Depois de ter relido o episódio, refira a sua função na obra.