domingo, 8 de maio de 2011

Baltasar Sete-Sóis


Que nome é o seu, e o homem disse, naturalmente, assim reconhecendo o direito de esta mulher lhe fazer perguntas, Baltasar Mateus, também me chamam Sete-Sóis." (p.53)


 Personagem da obra Memorial do Convento (1982) de José Saramago. Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, perdeu, na Guerra de Sucessão, a mão esquerda, sendo, por isso, mandado embora do exército. Vivendo de esmola, encontrará trabalho no estaleiro do convento de Mafra. Aí conhecerá Blimunda, a quem unirá para sempre a sua vida, e ajudará o Padre Bartolomeu Lourenço a construir a passarola, com que um dia conseguirá sobrevoar Lisboa. Depois da partida do padre, enlouquecido, para Espanha, velará o engenho. Levado pela máquina, entrega, nove anos depois, num auto de fé, a sua vontade a Blimunda. Numa nova trindade, divina e humana ("Deus ele próprio [o padre], Baltasar seu filho, Blimunda o Espírito Santo, e estavam os três no Céu."), Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu Lourenço simbolizam o sonho, a liberdade de amar e de acreditar para lá de todas as evidências, apresentando-se como o reverso de uma época onde o rei e os clérigos subjugam o povo para o cumprimento de um projeto megalómano.

Baltasar Sete-Sóis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-05-08].
  



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